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Quando cortar a haste floral da orquídea?

Chega um momento na vida de toda orquídea em que, infelizmente, as flores começam a murchar, secar e cair. Não é por falta de cuidados, nem por doença. Trata-se, apenas, do ciclo natural de desenvolvimento da planta.

É nesta hora que surge a dúvida sobre o que fazer com a haste floral. Esta é uma das questões que mais recebo, tendo eu mesmo enfrentado este dilema algumas vezes. O primeiro parâmetro que nos ajuda a resolver o problema é a correta identificação da orquídea em questão. Isto porque as hastes florais das diferentes espécies e híbridos não se comportam de maneira igual.

O fato é que a maioria das orquídeas não volta a produzir flores, a partir da haste floral que já encerrou o processo. Este é o caso, por exemplo, das espécies e híbridos do gênero Oncidium. Neste caso, tão logo as flores caiam, a haste pode ser cortada, bem rente à base. Ao longo dos próximos meses, novos pseudobulbos serão produzidos, emitindo novas hastes florais, em sua época apropriada.

Existem, no entanto, duas exceções a esta regra. A orquídea Phalaenopsis, a mais comumente encontrada no mercado, possui a interessante capacidade de emitir uma floração secundária, após o final da original. No entanto, esta nova floração costuma vir mais modesta, não apresentando aquele padrão simétrico e farto da orquídea que chega da floricultura.

Além disso, nem sempre a haste original da Phalaenopsis produz uma floração secundária. Há muitas ocasiões em que ela simplesmente seca, após o fenecer das flores, como acontece com todas as outras orquídeas. É, portanto, uma questão de aguardar e ver o que acontece.

Alternativamente, a haste da Phalaenopsis pode produzir pequenos brotos, denominados keikis. Trata-se de uma palavra havaiana que significa bebê. Após se desenvolver bem e adquirir um bom número de raízes, o keiki pode ser separado da planta mãe e plantado em um novo vaso, gerando uma muda da orquídea matriz.

O outro caso em que a haste pode produzir novas florações, após o término da original, é o da orquídea Tolumnia, menos conhecida do público em geral. Trata-se de uma planta típica das ilhas do Caribe, cujas flores lembram pequenas bailarinas de saias rodadas, incrivelmente coloridas. Neste caso, também pode-se manter a haste, após o término da floração, e aguardar. Eventualmente, flores secundárias poderão surgir, mas, novamente, não é um processo que ocorre em todas as ocasiões.

Por fim, existe sempre a recomendação de se cortar a haste floral da orquídea, após o término da floração, independentemente da possibilidade de que novas flores surjam. O benefício deste procedimento é que a orquídea é poupada. A floração é um processo que consome bastante energia da planta, podendo, inclusive, causar seu enfraquecimento, em casos extremos.

Neste sentido, manter uma orquídea florida por muitos meses seguidos pode não ser uma boa ideia. Cortando a haste, após o término da floração, damos uma chance para que a planta desenvolva outras estruturas, como folhas e raízes, preparando a para uma nova floração, que geralmente ocorrerá no ano seguinte. Desta forma, a haste floral que nasce a partir do zero costuma vir mais vigorosa e com uma floração mais abundante. Este é o método que costumo aplicar, no cultivo das minhas orquídeas, e que costuma render boas florações. As plantas ficam floridas por menos tempo, mas mantêm-se saudáveis e revigoradas, ao longo dos anos.

Fonte: Casa e Jardim